Ele estava quieto, matutando, pensando...
Boquiaberto a vida lembrando, se admirando...
O olhar vazio...procurando compreensão.
As crianças cresceram, os pais envelheceram
Os frutos das árvores amadureceram.
A hora da colheita chegou.
Colheita da vida vivida a cada dia, crescida no terreiro
Sob o sol, sob a chuva, cansada, no cabo da enxada...
E agora, no mesmo chão amarfanhado
Olhando as marcas dos pés dos seus meninos,
Vendo os netos repetindo os mesmos passos
Chega enfim à conclusão
Que seu sonho não passou de ilusão.
Pensa no mesmo destino do irmão garimpeiro
Passado a vida inteira atrás do metal precioso.
Mera ilusão, alucinação, alienação... êta mundão, vida de cão!
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