segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
Para Andaoa, minha mãe.
Aqui, a presenca que mais me falta.
O maior amor que jamais pessoa me dedicou.
A ela, essa poesia de Set de 2009:
MINHA MAE
(23.09.09)
Tua alegria me contagiou quando nasci
Diante de tua formosura, eu tremi
Criatura mais bela e terna jamais conheci.
Tuas mãos, como mãos de fada,
Transformaram em realidade o nada
Bastou que me olhasses para que eu sentisse
Que, mesmo cortando o cordão umbilical
Nossa amizade seria eternal
De dia, foste meu sol,
De noite, foste minha lua,
Minha estrela guia sempre presente.
Única luz na escuridão.
Meu oceano profundo de ternura.
Foste minha fada, minha eterna deusa.
Foste minha amiga, minha cúmplice.
Agora, és a dor jamais esquecida
A alegria jamais repetida
Minha fonte eterna de inspiração.
Se não podes saber o quanto me arrependo
de não te haver poupado mais da labuta diária...
Uma coisa conforta essa desditosa filha tua:
O teu colo sentiu o carinho que te aqueceu
A cada beijo depositado no rosto teu.
sábado, 2 de novembro de 2013
Já que se fala tanto em poesia...
Puxa! Estou bem atrasadinha com meus posts...Peço a meus
leitores que não me levem a mal. Aqui, realmente, é o espaço ideal para treinar
e alimentar minha veia sedenta de escrita mas que, por um motivo ou por outro
tenho contido ou adiado. Depois que conheci o Faceboook, venho
inserindo minha fotos de passeios por lá com algum comentário. Manter contato
com meu filho foi a única razão que me fez entrar para essa rede social pois ele não visita meu blog por falta de tempo.
Por enquanto (vejam só, já vou escapulir daqui)...Como
eu dizia: por enquanto, vou deixar uma poesia de minha lavra que já tem um certo tempo. Desculpem o atraso.
O SONHO.
Minha alma fugiu de meu corpo
em uma noite de sonho.
Esteve contigo,
jogou-se em teus braços
num último e terno afago.
Então, viu no teu olhar
que por alguma razão
teus passos queriam partir
mas teu coração queria ficar...
Fui acordada de repente...
Era tão forte, tão latente!
Aí me dei conta então,
que chegara perto a morte
para livrar-me da triste sorte
de continuar longe de ti.
segunda-feira, 15 de abril de 2013
Adapte-se ou estrumbique-se!
Quando você é cônjuge de estrangeiro e você
divide o tempo entre o seu país e o de sua cara metade necessariamente você tem
que se comportar ou tomar atitudes que evitem conflitos, choques culturais, desrespeito,
etc. Principalmente quando a casa onde você reside temporariamente é dividida
por pessoas de 3(três) nacionalidades diferentes. (Na casa francesa somos: eu,
brasileira; marido e enteado franceses e nora polonesa. Bela composição pois os
poloneses são muito simpáticos e altruístas). Esse comportamento é o desejável
e até mesmo o exigível quando você vai de visita a um outro país mesmo que seja
em viagem de turismo. É a regra do “saber se comportar na casa alheia”. Por exemplo: se você for a um país muçulmano
você não vai andar de shortinho ou mostrando a metade dos seios, se for mulher.
Tipo de comportamento inconcebível na cultura muçulmana.
Isso não é fácil para todos pois existem
pessoas que não conseguem se integrar. Esse tipo de pessoa sofre muito e faz
sofrer o seu próximo.
No meu caso e no de meu marido, quando chegamos
no Municipio de Oiapoque já sentimos que o ambiente demanda muita atenção, principalmente
quando você se dirige ao porto para atravessar o rio da fronteira do Brasil com
a Guiana Francesa, o Rio Oiapoque. Você é assediado pelos condutores de
catraias (voadeiras), por carregadores e por pessoas que trabalham para as
empresas de ônibus ou táxis piratas que transportam para Macapá, no afã de
captar clientela. Do outro lado do rio, do lado guianês a situação é a mesma. Se
você não ficar atento sua bagagem vai para a catraia deles antes que você
esboce qualquer gesto contrário (eu já fiz alguns trazerem a minha mala de
volta para mim). A concorrência é grande e isso é preocupante porque existe um
excesso de mão de obra disponível que precisa ser formado para outro tipo de trabalho.
E, claro, para isso é necessário criar-se emprego. Principalmente quando se
inaugurar aquela ponte bonita que se deita de uma margem à outra do rio, atravessando
a fronteira. Aquela ponte tão desejada pelo turista que terá sua travessia facilitada
mas, olhada pelos catraieiros como rival.
Na Guiana, você já começa a pensar como francês,
porém, como a diversidade dos povos ali é muito marcante, você de certa
maneira, ainda se sente à vontade para expressar a sua brasilidade. Entenda:
tem muitos brasileiros na Guiana Francesa.
Quando você sai do avião no aeroporto de Orly,
no Sul de Paris, aí sim, você veste a roupa do clima (em todos os sentidos). Em
se tratando de meteorologia o clima pode mesmo estar frio, como estava na nossa recente chegada aqui e, é bom você
começar logo a fazer cara de francês, pensar como francês e saudar as pessoas
como francês, beijo/beijo sem abraçar, como se tivessem se separado no dia
anterior. Francês não se pendura no pescoço do amigo como nós, brasileiros. É
tudo muito formal, mas cordial. Já, com a irmã do meu marido a gente se pendura
uma no pescoço da outra e, com a minha sogra era assim também. A esposa
polonesa do meu enteado é como os brasileiros: beija e abraça com
espontaneidade. Mas, cada um com a sua cultura e as maneiras conforme foi
ensinado. O povo francês respeita a individualidade do outro e isso também é
bom. Adaptemo-nos para evitar conflitos. E, principalmente, não esqueça disso
no trânsito. Desengavete sua carteira francesa de motorista (permis de
conduire) que ficou na gaveta do armário do seu quarto e obedeça as leis de
trânsito. Você não vai querer arranjar problemas para você, não é mesmo? Se
você gosta de fotografar, ande com sua câmera: tem muita coisa diferente lá do
Brasil que você vai querer guardar dentro da caixinha para ver mais tarde e
mostrar para a familia e os amigos. Curta as formas de vida que você escolheu
para você e não se lamente pois tudo passa muito rápido. Por isso, aqui estão
algumas fotos das nossas idas e vindas.
Na fazenda, Rodolfo, o meu sobrinho bacana. |
A bicharada aumentou. |
A construção da barragem no Rio Araguari, em Ferreira Gomes. |
As estradas por onde dirijo para a fazenda no Brasil. |
Afastando o barco da ponte. |
Anaconda morta às margens do Rio Araguari, Cutias. 7 ou 8 m. |
Vaso de planta com uma jibóia, na nossa fazenda. |
A ponte sobre o Rio Oiapoque. |
St George, G.F. |
Descemos do carro para salvar a preguiça que atravessava a estrada. G.Franc. |
A primavera chegou toda branquinha por aqui. |
O encontro com a familia francesa ao redor do bolo de chocolate da Karolina. |
Marcadores:
Guiana Francesa,
Oiapoque,
relacionamento,
Viagem
segunda-feira, 8 de abril de 2013
Teus atos
França, maio de 2009.
Conta-me um segredo
Que eu não possa revelar ;
Faz um gesto
Que eu seja incapaz de imitar ;
Faz-me um carinho
Que me faça estremecer;
Conta-me uma estória
Que eu seja incapaz de esquecer ;
Conta-me uma piada
Que faça a tristeza passar;
Dá-me um belo sorriso
Que o tempo não consiga apagar;
Quando você me olhar,
Olhe-me com tanta ternura
que do meu próprio olhar
Se perca toda amargura.
Abriga-me
no calor do teu corpo
E enrola-te no
amor do meu.
terça-feira, 2 de abril de 2013
Hoje, às 5:42, na fazenda.
Um dia,
fecharei meus olhos
e não os abrirei mais…
Dormirei o “sono dos justos”, mas,
quem são os justos? Onde eles estão?
Como acontecerá? Na cidade, sentada
naquele sofá azul tão fofinho da
sala?
Na mata, nos lagos, caminhando nas
pontes?
Ou dentro da "casa grande"
quando uma daquelas cobras ver
minhas pernas
e delas não gostar?
Dará o bote antes que eu a veja?
Um dia, fecharei meus olhos
e não terei consciência suficiente
para abri-los.
Esquecerei de vez os fantasmas
e eles descansarão de mim.
Como será? Numa das viagens pelo
rio?
Ou num dos percursos de avião?
Nas estradas européias
ou nas estradas da Amazônia?
Ou será em consequência da idade
que minhas pernas falharão?
Que me deixem dormir em paz...
E sentir o fresco odor da floresta
do sono eterno.
Cala-te boca...
Que digam
depois que não se deve falar o que se pensa. Ou que não se deve falar sem
pensar bem...Muitas vezes sou assim mas, quebro a cara. Hoje, uma cara se quebrou
e não foi a minha. Demos carona na estrada para uma senhora que trabalha com
agricultura. Conversa vai, conversa vem e, vinha mais da boca da senhora que da
minha boca e da boca do meu marido. Num determinado momento ela (a senhora)
perguntou-me: “D. Veneide...Quantos anos a senhora tem?” Eu, que estou com 6.0,
desafiei-a: quantos anos a senhora me dà? Ela disse na bucha: 70 anos! Eu: “70
anos??!! Sera que estou parecendo tão velha assim”? Mais tarde, foi a vez dela:
“E eu, D. Veneide, quantos anos a senhora acha que eu tenho?” Ela, que tem 43
anos, ouviu a minha resposta “ 80 anos”! Aii todos caimos na gargalhada.
sábado, 9 de março de 2013
De vez em quando...
| ||
Na estrada para Mazagão Velho: preparando a mandioca p fazer a farinha . |
De setembro para cá muitas coisas se passaram. No inicio de outubro, meu marido chegou da França com um casal de amigos. Fizemos muitas coisas juntos. Fomos à fazenda, passeamos pelo interior do Estado. Realizamos um circuito por algumas das mais belas e históricas cidades brasileiras não como aquele turista para o qual só se mostra o que um pais tem de bonito, mas participando da vida local, pegando ônibus, entrando em filas de prioridade (o que não existe na França), comendo nos quilões (que para eles também era novidade), nos mercados populares (feira do Ver-o-Peso, Mercado de Manaus, etc), conversando com as pessoas nas ruas, nas filas, etc. O que deu uma visão fantástica aos nossos amigos que, inegavelmente, confirmaram que o Brasil não é só futebol e mulher bonita. Eles ficaram conosco dois meses e meio!
Entre essa visitas, passamos um
dia muito bom em Mazagão Velho, para começar com o que é realmente da nossa terra.
Para quem conhece a história da criação dessa cidade e o quanto ela mudou a
vida de seus primeiros habitantes sabe o quanto ela se tornou importante já
naquele século XVIII. A história de Mazagão Velho é fascinante. Entre outros, o
livro do Prof. Laurent Vidal que encontrei por acaso ao fuçar as
prateleiras de uma livraria em Thionville, na Loraine, França,
acrescentou muita coisa aos nossos poucos conhecimentos sobre a exploração da Amazônia
e a persistência e o interesse da Coroa Portuguesa em conservar a posse dessas
terras. Na atualidade, o conhecimento
desse passado de bravura das familias que vieram transportadas de El Jadida, no
Marrocos para esse « inferno verde »,
nos reforça a admiração pelos seus descendentes.
Mas minha intenção aqui é so destacar essa importância. Para mais profundidade sobre o assunto indico a leitura do link:
Procure também por El Jadida e,
encante-se.
Assinar:
Postagens (Atom)