sábado, 30 de agosto de 2008

Um ótimo domingo.



O amor e a felicidade, são como a paz. Estão dentro de nós.

O amanhecer e o entardecer são belos apesar de um ser o oposto do outro.

É a nossa maneira de apreciá-los que os torna inesquecíveis.


Ontem eu avancei uma preferência quando vinha passando uma L200 que me pegou pelo lado da mala do carro! O carro tentou desgovernar e ia de encontro a um ônibus que aguardava no cruzamento do outro lado da mesma rua, no sentido contrário ao meu. Com habilidade e sangue frio, desviei o carro para a direita que dançou um pouco até que eu o alinhei e parei. Tudo isso, em uma questão de segundos! Senão, onde estaria eu agora? Só Deus sabe. Depois de 30 anos de carteira sem qualquer acidente...!
Dizem que sempre tem um primeiro dia. Esse foi meu dia de patetice.
Danos materiais são insignificantes comparados com a vida humana.






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quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Sem complicações, mas...perigosamente.

Esse vestido era róseo. Minha mãe vestia a mim e a minha irmã Vanda como se fôssemos gêmeas. Ela era sábia, pois isso evitava escolher 2 tecidos e 2 modelos (só que eu destruía minhas roupas, jóias e sapatos mais rápido que a minha irmã e, depois, queria colocar os dela. Aí, saía briga! rsrsrs). Saudades da minhã mãe!

Antes, eu pensava que só bastava ter sempre bons pensamentos para atrair tudo de bom. Eu gosto de me relacionar com as pessoas. Não sei sentar perto de alguém sem puxar um papinho. Depois de sentir o humor do outro, é claro.
No Brasil, a maioria das pessoas gosta de conversar. Já, na Europa, você senta ao lado de alguém um dia inteiro e ninguém abre a boca! Quase sempre, eu tomo a iniciativa e, às vezes, a conversa se prolonga um pouco. As pessoas, geralmente, abrem um livro ou um computador e você fica com a língua coçando e não sai papo daí. Depois se queixam de solidão e haja tratamento contra depressão! Eu não sei nem o que é isso!
No decorrer da vida cruzei com pessoas boas e pessoas egoístas, pessoas infelizes, que reclamavam de tudo, que nunca estavam bem e que adoravam se meter em complicações.
Pelo simples fato de evitar esse último tipo, eu imaginava que não me contaminaria.
O tempo passou e eu, sempre fugindo de coisas e pessoas complicadas para não me complicar. E, assim, continuava meu caminho evitando muitos problemas de relacionamentos.
Eu pensava: a vida já é tão complicada! Para quê complicá-la mais?
No entanto, foi quase impossível não me contaminar com as complicações do dia a dia. As pessoas complicadas, essas eu conseguia driblar. Mas, eu tenho certeza que quase eu compliquei algumas situações. Por exemplo: exigindo que se cumprissem regras; exigindo que a honestidade fosse recíproca. Até mesmo, inocentemente, acreditando em pessoas que eu julgava serem honestas e só depois descobria que vestiam uma pele de cordeiro por cima da pele de lobo que as cobria. Aí eu aprendi que não podemos exigir que as pessoas pensem e ajam como nós.
Descobri que muitas pessoas não ficam felizes com a felicidade dos outros por só quererem a felicidade para elas. Afastei-me dos invejosos deixando, assim, de lhes alimentar a inveja. As coisas se complicam se você não se afastar.
Mas descobri também pessoas maravilhosas que sabem se alegrar e chorar com você.
A vida é muito boa quando nós nos amamos o suficiente para não sermos capacho de outro ser humano, mesmo ajudando e estendendo a mão (mas sem deixar levar seu braço).
Se o tempo voltasse atrás para repararmos erros, eu só mudaria uma coisa e apenas uma coisa no meu modo de ser: falaria menos e colheria mais antes de confiar.
Outrora, os meus arrependimentos eram: haver abandonado o curso de piano aos 11 anos e, não haver me inscrito no curso de Direito em 1974, quando passei no vestibular para Biblioteconomia. Corrigi depois: voltei a estudar piano aos 16 anos, repeti a façanha mais 2 vezes, com idades mais avançadas, e novamente abandonei. Comprei um piano e esse está na sala de casa e nem olho quase para ele. Com isso, desisti de vez de minha futura brilhante carreira de pianista. Mas a paz se instalou na minha consciência. Hoje, é o meu marido que aprende piano só, e, quando ele perde a paciência eu saio de perto porque nem quero saber mais disso. Eu gosto de ouvir um bom pianista, mas não quero mais aprender. Quanto ao curso de Direito, formei-me em 1998. Atuei bem pouco como advogada e não prestei nenhum concurso. Não é que eu não goste do Direito em si. Gosto muito. Porém, no trabalho que eu fazia no Ministério Público eu me via atrás de um monte de processos e não me sentia muito atraída não, principalmente porque eu tinha outras atividades e não podia me concentrar só nos processos! Aí pensei: “Caramba, o que é que eu vou fazer me metendo com isso! Eu não vou ser feliz. E já estou para me aposentar. E a reforma previdenciária veio mudar tudo.” Além do mais, eu havia alcançado a idade das aquisições das mazelas e das perdas da boa saúde. Adquiri uma osteoporose e a necessidade de exercícios físicos regulares e acompanhados por um especialista se fazia imprescindível, além dos medicamentos e dos exames médicos, e uma alimentação específica, etc. Eu havia conhecido o meu marido e ia ficar na ponte aérea internacional. Tive que tomar uma decisão: a vida ou a nova profissão. Eu escolhi a vida. Adquiri com meu marido uma propriedade rural, selvagem mesmo. Pendurei todos os diplomas. Casei-me, aposentei-me e vou lá e venho cá e vamos alhures em gostosos pedaços. E a vida está bem melhor. Portanto, nada de complicar a vida. Encontro-me numa reta e ela se chama: aproveitar o que ainda posso através das aventuras do trabalho na fazenda, na floresta, nos lagos, nas viagens, etc. E ser menos detalhista e menos chata, rsrsrs. O dia em que eu deixar de encarar isso tudo como uma aventura, aí sim, vai ficar complicado! Não quero nem imaginar pois não gosto de rotina! Já deu para perceber, não é?


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quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Dentro da floresta, lagos e igarapés!

Visite as fotos recentes no slide show. Veja também um pouco de Caiena, capital da Guiana Fr., no nosso "caminho" entre a França e o Brasil.

Um dos trechos da floresta depois de atravessar o igarapé com os poraquês.


Bebendo água de cipó. Uma delícia. A água que havíamos levado já estava acabando.


Nessa altura do caminho, para facilitar para mim que já havia caido 2 vezes, meu marido já havia tirado o pouco peso que eu carregava (uma mochila quase vazia e a máquina fotográfica, mas também para não molhar, rsrsrs).

Nesse último sábado fomos aos fundos dos terrenos para ver a cerca que o vizinho construiu. Fotografamos e voltamos. Havia muita lama, água, pau caído pelo chão e muita mata. Medo de deparar com uma onça. Dessa vez não fomos de canoa pois as águas já estavam baixando e, para passar pelas partes altas com a canoa já está impossível. Fomos a pé e tivemos que enfiar as pernas dentro de tudo que atravessávamos com um baita cuidado (e receio) de meter o pé num jacaré ou esbarrar num poraquê ! Felizmente não aconteceu, mas o caseiro só falou que viu 3 poraquês passarem na nossa frente depois que atravessamos uma série de igarapés! Senão, eu não aceitaria esses atalhos lacustres! As botas pesavam com a lama que acumulavam e as águas que entravam até que encontrávamos um riachozinho para lavá-las. As pernas triplicavam o seu peso e, quando precisávamos levantá-las para atravessar um tronco meio caido no chão aí sentíamos o problema. Pegamos algumas quedas com um saldo de hematomas para mim e espinhos na mão do caseiro que, ao cair num buraco dentro d'água se apoiou num pé de açacu ou coisa parecida. Só meu marido não caiu, o sortudo! Mas a aventura mais uma vez valeu a pena pois eu adoro entrar na mata! Devo ter muito sangue índio em minhas veias. Ou, quem sabe, sangue de onça?

Nota:
Poraquê (Electrophorus electricus) é espécie de peixe actinopterígio, gimnotiforme, que pode chegar a três metros de comprimento, e a cerca de trinta quilogramas, sendo uma das conhecidas espécies de peixe-elétrico, com capacidade de geração elétrica que varia de cerca de 300 volts a cerca de 0,5 ampère até cerca de 1.500 volts a cerca de 3 ampères.
"Poraquê" vem da língua indígena
tupi, e significa "o que faz dormir" ou "o que entorpece", dado às descargas elétricas que produz.
Também é chamado de
enguia, enguia elétrica, muçum-de-orelha, pixundé, pixundu, pixunxu, ou, simplesmente, peixe-elétrico, embora não seja o único "peixe-elétrico" existente.
Típico da Amazônia (rios Amazonas e Orinoco), bem como dos rios do Mato Grosso, também encontra-se em quase toda América do Sul. (Wikipédia).




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sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Para dar um ar da minha graça (como dizia minha mãe).

Vim rapidinho fazer umas compras e tive a grata surpresa de encontrar os comentários dos amigos.
Queridos, entre um telefonema e outro (negócios, negócios) venho agradecer pelos acessos e suplicar que me perdoem se não visito cada um de vocês como merecem. Desde ontem, sou só correria pois o barquinho está bebendo muita água (como diz o pessoal dos rios aqui na região) e vim à Macapá comprar material para calafetar o casco do bichinho antes que afunde. Quantas emoções! Meu marido ficou na fazendola, mas retornarei na manhã deste sábado.
Além do mais, meu velho corsa wagon de 10 anos de muita experiência nesse trânsito louco e nessas estradas horríveis daqui do Amapá, mas, pasmem, quase novinho em folha pelos cuidados redobrados que lhe dedico, sentiu tanta falta de mim esses 3 meses que passei na França que teve um enfarto quase fatal quando me viu: viajamos para a jungle e deixamos o pobrezinho no mecânico na espera de um bico injetor que não tem nem previsão de chegar. Hoje de manhã cuidei de fazer rebocá-lo para casa e está na garagem, onde é mais seguro. Confesso que esse foi o principal motivo que me fez vir da fazenda. Tive medo de pelarem meu bichinho. Agora “vou de táxi, cê sabe. Estou morrendo de saudade”, como a música.
Caixas de material e mantimento, lá vou eu de volta para o meu love continuar nossa vida à beira rio. Vender alguns boizinhos pois o pasto, depois do alagado provocado pelas chuvas ficou escasso e não podemos deixar que percam peso ou morram de fome. E por falar nisso, deu dó navegar e deparar com duas carcaças de búfalos dos vizinhos, dentro do rio, sendo comidas por urubus e, com certeza, as piranhas já haviam feito a festa na parte que estava dentro d’água. Isso, só no trecho que percorremos. E os caboclos não estão nem aí se o dólar baixa ou se o dólar sobe, nem sabem quem é o Marcos Valério ou sonegação tributária e muito menos sabem se a Bolívia do Evo existe. Mas minha gente, eles sabem muito é falar da vida do povinho lá das beiras do rio. Ô gentezinha fofoqueira e invejosa! Vim de carona ontem e imagino que meu marido já deve estar sabendo (mas isso não é problema pois quando é preciso eu me locomover naquela vilazinha dos cofundós do Judas e que estou sem carro eu pego carona até na moto do distribuidor de gasolina ou na bicicleta de quem me der carona). E no meu relacionamento com meu marido não existe lugar para enganações (pelo menos, não que eu saiba, rsrsrs).
Quanta á cidade de Macapá, está uma loucura! Quase saturada de veículos de todas as espécies e de motoristas, ciclistas, motoqueiros e pedestres imprudentes. Estou zonza e louca para voltar pro mato. Já tomei um chá de cidade e já vou. Muito sol, verão e animação por essas bandas. Beijocas.



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Uma coisa que adoro.

Uma coisa que adoro.
No inverno, fica tudo assim. Foto:D.B.

Os lagos

Os lagos
Pegamos nossos remos e varejões e saímos com muito cuidado para não triscar nos jacarés e sucuris. Foto: Veneide