Publicado no Diariodoamapa.com.br em 29.05.2014.
Recentemente o lado sujo de nosso estado foi novamente mostrado em rede nacional pelo Fantástico. Uma vergonha a mais para o povo amapaense que não esqueceu ainda que há exatamente dois anos, 22 de maio de 2012, às 04h00min, foi deflagrada a Operação Eclésia, promovida pela Polícia Civil em conjunto com o Ministério Público do Estado do Amapá. Os casos investigados consistiam na emissão de notas frias e contratos com empresas e servidores fantasmas com o fim de desviar recursos públicos.
Agora, dois anos trascorridos, a reportagem do Fantástico nos mostra um novo esquema de notas fiscais fraudadas para justificar despesas com a finalidade de ressarcimento da verba indenizatória dos gabinetes dos deputados investigados pelo Ministério Público, além de diárias exorbitantes que recebem aqueles que se dizem “representantes do povo”.
Por que nosso voto tem peso? Você deve ter várias respostas. O peso do meu voto é nada mais nada menos do que o direito que eu transfiro ao político para me representar naquela casa, símbolo da democracia, de legislar a favor da melhor saúde, da melhor segurança, da melhor educação, do melhor transporte, da melhor cultura, e mais e mais, para mim e meu próximo. Então, através do meu voto transmito-lhe o poder de me representar, que, para mim, além de ser uma obrigação é também um direito que me foi assegurado pelo Decreto nº 21.076, de 24/02/1932, (nessa época para as mulheres não era obrigatório nem para os homens de mais de sessenta anos), assinado pelo presidente Getúlio Vargas.
Infelizmente, na maioria das vezes, seu voto é menosprezado, pisoteado quando o seu eleito faz o que fizeram e têm feito gente que só quer se beneficiar com o mandato tornando-se sujeitos de insolentes desvios de conduta e de finalidade ferindo de morte a democracia. Legislar para o povo e pelo povo. Quando?
Nosso voto tem cheiro. Do nosso bolso saiu o dinheiro para pagar o cheiro verde da cozinha de quem? Toda dona de casa sabe que não se gasta tanto cheiro verde assim nem em anos de culinária. Porém, se acreditarmos que o cheiro é de mentira e de falsidade, aí sim, poderemos aceitar a justificativa da nota do caso concreto.
Nosso voto tem gosto. Arghhh! Essa aí já ficou na história: gosto de ração! Meus impostos, seus impostos, serviram para pagar ração para cachorro de madame! Há muito tempo o pobre cachorro já teria morrido empanturrado com tanta ração. Ou será que tem tanto cachorro assim? Meus cachorros comem ração paga com meu salário. Acredito que os cachorros do meu vizinho também comam ração paga com o seu salário. Será que a nobre excelência que criou esse fato está precisando de que se corra a sacolinha a seu favor?
Só a título de esclarecimento: A verba indenizatória são os recursos que o Poder Legislativo repassa para custear os trabalhos dos gabinetes parlamentares. Chama-se indenizatória porque é liberada após os gastos realizados. A verba indenizatória é usada para ressarcir despesas com locação de imóveis e de veículos, material de expediente, combustível e contratação de consultoria. Na Câmara Legislativa do Distrito Federal, cada gabinete pode receber até R$ 20.000,00. ACORDEMOS!
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