Nossa mãe também nos contava estórias muito bonitas, como a do Príncipe Pato e outras de paixões e encantamentos.
Mas, uma estória que nos marcou, talvez porque fosse curta e porque fizemos o papai repetí-la inúmeras vezes, foi a estória abaixo que ele contava recitando:
"Era uma vez, um casal apaixonado.
A moça era muito jovem, o rapaz também.
Os pais da jovem logo perceberam os olhares que os dois trocavam. Aí, passaram a vigiá-la e a mantê-la em casa para evitar qualquer escapadela.
Os jovens haviam decidido que “se tratariam” por Dengo (a moça) e Gemido (o rapaz).
E tinham uma amiga em comum chamada Conceição.
Certo dia, haveria um sarau na residência da jovem.
O rapaz, como todo apaixonado, encontrou rápido um meio para mandar-lhe um recado.
Contratou um poeta para levar o tal recado.
O poeta, diante dos convidados, com uma vara na mão vendo a jovem triste ao lado dos pais, começou a recitar:
Sou caboclo da taquara
Do tamanho desta vara
O Sol me deu na cara
A Lua me deu nos ouvidos.
Na casa de Conceição,
Dengo, está o teu Gemido.”
Pronto, nem é preciso dizer que, desde o dia em que papai contou essa estória para nós, a filharada dele não o deixou mais em paz: “Conte papai, conte papai, a estória do Dengo e do Gemido”.
Taquara (vegetal) Gramínea semelhante ao Bambu nativa da América do Sul
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