Publicado no dia 15.07.014
O leitor há de concordar que é bonito e agradável passear em ruas e praças limpas e organizadas. Cidade limpa cheirando a primeiro mundo é outra coisa, não é mesmo? Quem tem a oportunidade de vir à Europa ou visitar cidades do Sul do Brasil volta para Tucujópolis admirado com a limpeza e a organização presenciadas alhures.
O leitor há de concordar que é bonito e agradável passear em ruas e praças limpas e organizadas. Cidade limpa cheirando a primeiro mundo é outra coisa, não é mesmo? Quem tem a oportunidade de vir à Europa ou visitar cidades do Sul do Brasil volta para Tucujópolis admirado com a limpeza e a organização presenciadas alhures.
Dias atrás,
o Douglas leu na emissora Rádio 90.9 FM um artigo de autoria do Sr. José
Massulo, sob o título “Falta de Urbanidade”, publicado neste jornal no dia 14
de junho. O autor descreveu um ato praticado por determinado usuário de ônibus
seu vizinho de assento. O cidadão havia bebido o conteúdo de uma latinha de
refrigerante e sapecado a lata janela afora, na via pública. O autor tentou
convencê-lo das consequências de seu ato orientando-o sobre a existência da
lixeira ao lado do motorista mas, logo percebeu que havia mexido com um ninho
de caba tatu. A reação do homem demonstrou como fazem os reis da sujeira e da
falta de educação que não estão nem aí para a limpeza nem para a poluição. E
muito menos para Civilidade (1.Conjunto de formalidades
observadas entre si pelos cidadãos em sinal de respeito mútuo e consideração.
2.Polidez, urbanidade, delicadeza, cortesia) ou para a consequência de seu ato
ao assumir o risco de ferir outra pessoa com tal gesto. Poderia ter lesionado
alguém que, como ele, paga seus impostos e também tem direito de usar a via
pública e os serviços de transporte. E, no direito de uso dos transportes e das
vias públicas está intrínseco, inseparável, o respeito pela integridade física
do outro usuário, além do respeito e obrigações em relação a utilização e
conservação das vias públicas. E outros e outros atos de civismo e de boa
educação que fazem bem a todos.
Porém, não
nos admiremos tanto assim: esse cidadão é um entre muitos. Veja: a madame que
publica no Facebook sua foto em Paris, tendo como segundo ou terceiro plano a
célebre Torre Eiffel dando ênfase à limpeza da cidade luz é a mesma que abre o vidro
do seu carrão na rodovia entre Macapá e Santana para jogar, na via pública, o
saco de biscoito que seu filho esvaziou. Que exemplo para se dar a uma criança,
hem! Como ter moral para cobrar limpeza do poder público?
Será que
apenas os olhares de reprovação serão suficientes para que os sujismundos se
“manquem” e percebam a gravidade de seu ato? Não! O sujismundo nasceu e vai
morrer sujismundo. Então, aproveito para sugerir àquelas pessoas que costumam
jogar seus lixos pelas janelas dos veículos que continuem fazendo isso. Assim,
no dia em que acertarem alguém da própria família, ou alguém que tenha o pavio
curto, sentirão na pele as consequências de sua má educação.
Pior é
aquele político que, sorrindo hipocritamente para seus eleitores, arrota arrogância
em sua própria casa com a doméstica e não providencia uma lixeira para a frente
de sua casa. Alma de urubu, espírito de porco.
A mente de
muita gente ainda não “descobriu” a utilidade de uma lixeira. Não me refiro ao
conhecimento da lixeira como substantivo concreto, nem à finalidade da lixeira
em si. Refiro-me à capacidade intelectiva de certas pessoas para fixar o que
representam o lixo e a lixeira para a vida do ser humano, o que está implícito
na exposição da lixeira aqui, ali, no próprio ônibus, nas praças. Ela está
pedindo, calada, para você, cidadão: seja um coletor de seu lixo! Use-me!
Colabore com a limpeza do planeta! Colabore com a higiene de sua família e de
sua vizinhança! Arrumar seu próprio lixo em local apropriado também significa
saúde.
Campanhas de
conscientização não faltam. Acredito que não faltem também professores
orientando as crianças nas escolas a administrar seus lixinhos. Suponho que os
pais educados orientem seus filhos. Mas, é suficiente virem as enchentes para
constatarmos o que a água continua a trazer quando as áreas alagadas e os
canais transbordam. Lixo! Garrafas de plástico, latas secas de refrigerante.
Isso é o resultado da falta de educação dos sujismundos. Muitos ribeirinhos,
tanto da zona rural, assim como da zona urbana têm o péssimo hábito de jogar
coisas nos rios e canais. O resultado é o entulho, a destruição, o acúmulo de
insetos, as doenças. Mas, tem gente que não aprende. Apesar das campanhas, as
pessoas continuam a entulhar os canais e córregos. Todos com a mesma
mentalidade do cidadão que joga lixo pelas janelas dos veículos, depois querem
cobrar limpeza do poder público. Falta de conscientização ou de vergonha na
cara? Mais de 20 toneladas de entulho retiradas do canal do Beirol! Assim não
dá, minha gente!
Meus
impostos ajudam a pagar os garis para juntar o lixo das vias públicas, sim. Mas
ajudam também na educação, na saúde, na segurança. Ah, impostos meus! Nem por
isso vou sair por aí jogando os meus restos na cara dos outros ou fora da
lixeira para os cachorros e os urubus espalharem. Santa porcaria! Longe de
chegarmos aos pés do primeiro mundo! Ainda mais com toda essa corrupção que nos
assola e esse monte de gente que contribuiu para a criação de uma nova moda na
cultura brasileira: a moda das Operações da Polícia Federal. Processos que se
acumulam e que, por alguma arte, estão dormindo em algum lugar depois de tanto
trabalho que deram aos agentes da PF, aos membros do Ministério Público e do
Judiciário, depois de tanto mal que seus atores e atrizes causaram ao Estado do
Amapá. Indignaram-nos e indignam ao sabê-los sem um resultado eficaz, posto que
os acusados estão prontos para voltar ao ataque através da memória fraca de
eleitores que se deixam manipular, em sua maioria, por não perceberem a
gravidade da coisa ou por trocarem sua inocência pela insistência descarada e
astuta dos chacais. "
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