sábado, 29 de setembro de 2007

Status aposentatorus ou retraite.

Minha cara de aposentada naquele rio infestado de piranhas e arraias. As piranhas só atacam se você estiver com algum ferimento. Aqui, a gente não se aventura muito, mas dá para nadar uns metros além da plataforma que construímos e onde estou sentada na foto. Foto: Rafael. set.07

Gente! Estou aposentada com portaria e tudo desde 21de maio p.p. e não postei nada sobre isso! Que descuido!
O francês chama para a aposentadoria de retraite. Já para o pessoal aqui do norte retraite, ou retrete, significa sanitário, privada, latrina. O povo do norte não está errado não pois, essa palavra significa retirado. Logo, retirado do trabalho ou retirado na intimidade para fazer aquelas coisas que só você pode fazer por você (na retrete amazônida).
No meu caso, eu estou em estado de retirada do trabalho, aposentada voluntariamente. O fato de estar aposentada parece não ter muita importância, mas tem sim. Principalmente no meio familiar. Sem contar que aquele nosso inimigo estresse diminuiu bastante.
Agora tenho mais tempo para resolver as coisas pessoais, familiares, etc. Só o estresse com isso já basta.
Tenho mais tempo também de ficar no pé do mecânico, grudada ali para ver se ele troca realmente as peças no meu velho carro, quando ele reclama algum cuidado;
Tempo para ficar no pé do pedreiro para ver se ele não deixa rachaduras num lugar quando quebra outro para reparar;
Tempo para ficar no pé do pintor para ele não pintar o portão automático junto com o muro se o portão é “impintável”!
E é claro, tempo para ir a qualquer tempo a qualquer lugar e passar dias além do fim de semana, se eu quiser.
Não me iludo. O salário diminuiu um pouco. Mas diminuíram também as despesas com roupa e combustível. E, em compensação, o filho já trabalha e o marido supre também outras cositas. E, o que é importante: sempre fui muito equilibrada, chegando mesmo a me chamarem de mão de vaca. Mão de vaca uma ova! Não vou é fazer como muita gente faz por aí: comer como galo e cagar como pato (desculpem a expressão, mas a mesma, se ainda não consta no Aurélio já deveria estar constando há muito tempo, de tão popular que se tornou).
Só uma coisa desse “status aposentatorus” não me agradou no início: ficar sem aquela rotina diária de sair para trabalhar e contactar com os colegas e de me assoberbar de trabalho. Mas isso foi passageiro pois, arranjei tanta coisa para fazer que logo me adaptei. Uma dessas coisas foi muito involuntária e desagradável: meu velho carro sofreu um início de incêndio perto da caixa de ar condicionado e eu passei pela mão de 2 eletricistas tão ladrões que, por dois meses fiquei reparando peças no meu carro que nada tiveram a ver com o incêndio. Isso me ocupou até demais e,é claro, me aporrinhou muito também.
Mas, não me impaciento mais como antes, apesar de eu ser bastante impaciente e, ás vezes intolerante. Vou levando a vida no dia a dia e botando pra trabalhar quem está por perto quando eu preciso de alguma coisa. Até eu trabalho se for preciso, rsrs. P.ex. Quando fui buscar o IPTU de um terreno na Prefeitura, o pessoal estava tão ocupado que ofereci ajuda, levando em conta minha profissão de bibliotecária, para organizar os IPTUs devolvidos pelo correio. Fui imediatamente colocada para dentro da sala junto dos funcionários e organizamos tudo em ordem alfabética, por nome de contribuinte, num estalar de dedos. Por onde ando, se precisarem de ajuda e eu estiver dependendo desse pessoal eu não penso duas vezes. Eu já fazia isso antes de me aposentar. É que eu não agüento ficar esperando. Nesses casos a ajuda é sempre bem vinda. Mas, quanto aos mecânicos e pedreiros sou mesmo um pé no saco, rsrsrs. É melhor eu ficar grudada neles do que levar prejuízo, ou voltar 10 vezes para refazer o serviço, não é? Principalmente porque muitos pensam que pelo fato de ser mulher, a gente pode ser enganada sempre. Enganam-se redondamente.
Faça acontecer o que for bom para você e para os outros, sem atropelar ninguém.
Vive la retraite!

Uma coisa que adoro.

Uma coisa que adoro.
No inverno, fica tudo assim. Foto:D.B.

Os lagos

Os lagos
Pegamos nossos remos e varejões e saímos com muito cuidado para não triscar nos jacarés e sucuris. Foto: Veneide