domingo, 16 de janeiro de 2011

Estrada Oiapoque-Macapá: os fatos se repetem.

A família, na Lorraine e no Norte, já deve estar desistindo de acessar esse blog para ver as fotos de nossa viagem. Desculpem o atraso mas, aqui no Amapá, o centro do globo terrestre, as coisas desandam, viram fantasmas, evaporam-se. O respeito pela coisa pública foi esquecido. Aqui, onde deveria convergir todo o progresso e a cultura do mundo, onde deveria ser fácil de se investir no desenvolvimento por ser um Estado jovem, é onde se abrigam os políticos mais inescrupulosos e pessoas coniventes que, mesmo morrendo por culpa ou omissão de agentes públicos, estão vendendo seus votos. Se a patifaria se instala no mais alto escalão do poder, como se pode exigir que o povo seja ordeiro? O resultado é o que vemos atualmente: pessoas incrédulas, poderes desacreditados! Então, como recuperar a confiança dessas pessoas? Seria através das boas ações voltadas para a população e exemplos, aliados à exigência e à aplicação da lei? Só vendo para crer. Quanto à nossa viagem entre o Município de Oiapoque e Macapá levaria o tempo normal, entre 10 e 11 horas de ônibus, se não fosse aquele famoso trecho sem asfalto de quase 200 km de estrada e algumas pontes quebradas. (Num post anterior de novembro mostro a situação de uma ponte queimada no Cassiporé às vésperas de minha viagem. Tivemos que sair do ônibus de madrugada com nossas bagagens e atravessar a ponte em fumaças para pegar outro ônibus que nos aguardava do outro lado). Dessa vez, dia 08 de janeiro ultimo, nosso atraso deveu-se à uma longa ponte quebrada no distrito do Carnot que impedia a passagem de carros grandes. Chegamos lá por volta das 15 hs. Só que não tinha ônibus nos aguardando do outro lado da ponte: tivemos que esperar mais de duas horas pela chegada do ônibus que tinha saído de Macapá, e estava atrasado também por causa da condição péssima da estrada. Só continuamos viagem depois das 17 hs por baixo de um chuvisco intermitente. No Carnot, fui informada que o distrito estava sem energia elétrica por mais de um mês! Hoje, acredito que já consertaram a ponte quebrada do Carnot. Quanto à ponte queimada do Cassipore, já construíram outra pois a reconheci quando passamos por ela. Mas não deixe de vir ao Amapá via Oiapoque por causa desses fatos. Todos os dias muitas pessoas fazem esse percurso sem incidentes graves. E passa-se por belas paisagens. Basta uma boa dose de paciência e, é claro, de espírito aventureiro. Só dou dois conselhos: não confie cegamente nos condutores de carros piratas pois eles correm muito, mesmo que você peça para não ultrapassarem 90/100km/hora, e, fique de olhos bem abertos na travessia do rio Oiapoque. O tráfico é intenso e nem sempre os pilotos das lanchas têm 100% de visibilidade. Proteja-se com a prudência.
A ponte sobre o rio Oiapoque do lado brasileiro.

O onibus tambem transporta a mandioca para fazer a farinha.

Casa de farinha. Bela imagem captada por meu marido.
Algumas horas depois de havermos saido do Oiapoque, na localidade de Carnot havia uma ponte quebrada e a carreta de combustivel caiu no rio. Felizmente estava vazia.
Foi por isso que carro grande não passava e tivemos que carregar as bagagens para o outro ônibus que chegou 2 hs depois.

Como sempre, essas viagens me reservam boas surpresas: encontrei um de meus primos que nao via fazia um bom tempo! Caminhoes de outro primo.

Nós , passageiros da aventura sobre rodas.

Uma coisa que adoro.

Uma coisa que adoro.
No inverno, fica tudo assim. Foto:D.B.

Os lagos

Os lagos
Pegamos nossos remos e varejões e saímos com muito cuidado para não triscar nos jacarés e sucuris. Foto: Veneide