sábado, 17 de março de 2007

Pesadelo de um homem bom

Olá amigos.

Peço que não se choquem com o poema cá'baixo. Escrevi em um momento de revolta contra a infidelidade de uma mulher fictícia a um homem maravilhoso. Mas, no final, salvo o herói. rsrsrs.

Peço que deixem suas impressões.

"Pesadelo

Você é tudo que não sonhei.
Você representa tudo que nunca imaginei encontrar.
Você é um chute no saco, um pisão no unheiro, um escorregão no galinheiro.
Quando me perguntam onde encontrei você, respondo:
Num beco sem saída na hora em que eu estava aperriado
Procurando me aliviar num cantinho sossegado.
Você estava junto à sarjeta, com a cara cheia de cana caída no chão.
Que bacana!

Tentei te ajudar, te dando a mão e um lar seguro.
Você usou e abusou, fez de mim seu macho, seu lacaio, seu capacho.
Depois você me traiu (e ainda achou pouco).
Esperei que mudasse, que se consertasse, que se mancasse.
Armei minha espreguiçadeira e esperei. Esperei em vão.
Horas a fio, dias sem conta por conta da vida de cão.
Cansei. Larguei você. Cansei de ser corno manso, fervoroso e devoto.
Agora você vem alegar que lhe devo amor e atenção com juros e correção.

Você é fria e calculista. Mulher pretensiosa e audaciosa.
Não se acanha de levar tal pleito junto a essa corte de respeito?
Difamar e confundir é sua manha.
Confundindo também os nobres julgadores.
Que artimanha!

Pare com isso. Cresça e apareça. Procure outra coisa para se distrair.
Ocupe sua mente e seu corpo, assim me esquece.
Logo eu, rapaz tão trabalhador e honesto,
Que de gentil não tenho mais nada a oferecer, pelo menos para você.

Que horror ter de suportar tamanha penúria.
E nem falo do medo que dá imaginar
Que por ser homem sou tido como a parte mais forte,
Quando sou a vítima de tudo isso?
Pretenderá a lei que eu seja infalível?
Não.
Tudo pode me acontecer.
Onde me queixar?

AI! Desperto! Abro os olhos. Sacudo-me. Que alívio!
Felizmente você não existe. Confesso que suei frio...
Viva! Data vênia à mãe que não pariu!"


Veneide, julho de 2006

A boa música brasileira

Fui premiada esta manhã com a reprise de um show de Vinicius, Toquinho, Tom Jobim e Miúcha, na Itália, nos anos 70, Musical Dallo (se a memória não falha). Brilhante idéia do Repórter Band, Renivaldo Costa.
Esse foi um filão de músicos e compositores, sem igual, que levou o nome do Brasil ao resto do mundo e que, hoje, é lembrado com saudades.
Pergunto-me: Com sua frase musical “tristeza não tem fim, felicidade sim” estaria Vinicius prevendo o fim de uma era da boa música brasileira? Chico Buarque, Ivan Lins, Milton e outros grandes nomes que hoje estão com os 60 anos percorridos vieram também dessa época. Meu lado esperançoso, no entanto insiste em não querer aceitar que perdemos o caminho da boa e poética composição musical. A Maria Rita, a Ana Carolina, o Jorge Vercilo por exemplo, formam outra boa geração. Por favor, lembrem-me o nome de outros jovens cantores da mesma estirpe ou serei obrigada a concordar com a frase de Vinicius e pensar que a nossa música está ficando velha e definhando e que, doravante, só viveremos de regravações. Estarei exagerando?

Uma coisa que adoro.

Uma coisa que adoro.
No inverno, fica tudo assim. Foto:D.B.

Os lagos

Os lagos
Pegamos nossos remos e varejões e saímos com muito cuidado para não triscar nos jacarés e sucuris. Foto: Veneide