terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

De fininho

Ops! As visitas estão chegando.
Agradeço aos amigos e lhes dou as boas vindas. Venham sempre.
Entristece-me o fato de privar-me por uns dias dessa leitura por necessidade de ausentar-me. Para onde vou, não existe Internet, nem mesmo luz elétrica. Nem tudo é civilização.
Na volta, a alegria de lê-los vai ser triplicada pela saudade, pela curiosidade e pelo prazer.
Até muito breve.

Abraços
Veneide

domingo, 25 de fevereiro de 2007

Auto charada

Fingindo estar limpando o mato seco. jul.03


Em um local na mata amazonica, no Amapa. dez. 02


Paris, sobre a Pont Neuf. jul. 02

Sou como um rio que corre calmo no seu leito,
Águas de marés a tal ritmo sujeito.
O que existe no mais profundo m’eu?
Obscuro.

Sou como um rio de águas límpidas e cristalinas
Do qual sou a única navegadora. As meninas?
Irmãs e irmãos cada um no seu curso.
E discurso.

Sou rio, sou vaso, sou flores, sou amores,
Veia de fada, gosto de feiticeira, dissabores,
Encantada, desencantada, desprezada, amada,
Rejuvenescida, crescida, e como...solicitada!

Não sou só. Não estou só. Estão muitas em mim.
Pareço fraca? Ledo engano. Que tentação! Eu!
Acontece, porque quero. Porque corro. Porque pego.
Agarro como a última tábua de salvação. É meu!

De minha autoria
Veneide, 25.02.07




Divagações

"Não importa a quantidade de pessoas à mesa. O que importa é a qualidade do jantar." Veneide, 4h. de 25.02.07

"Mas o jantar será sempre bom se acompanhado da pessoa amada". Veneide, 10:18h de 25.02.07

"Os sonhos são o embrião da realidade". Veneide, qualquer dia e mês de 1975.

sábado, 24 de fevereiro de 2007

A volta 2

Sou uma esperançosa, mas não quero ser uma eterna esperançosa. Primeiro, porque não sou eterna. Segundo, porque quero que a esperança se transforme na real certeza de que as pessoas entenderam enfim, qual o seu papel na conservação da natureza, da qual têm sido o maior depredador. “O homem é o lobo do homem”, mas, transferindo seu ataque para a natureza tem destruído, consciente ou inconscientemente, o que existe de mais básico para a sua sobrevivência.
Quando se percorrem os rios da Amazônia, onde existe alguma comunidade instalada, ou a exploração de alguma atividade, nos locais nos quais foi derrubada a mata ciliar e não se construiu qualquer proteção, o que se vê é a degradação das encostas e barrancos. As águas deslocadas com o movimento das marés e o vaivém dos barcos, batem contra as encostas provocando a queda da terra. Como resultado, dentre outras conseqüências desastrosas, ocorre a perda de terreno, formando-se “praias” nas beiras dessas encostas. Como se não bastasse, nesses locais geralmente cresce um tabocal tornando difícil o acesso às margens e propiciando o esconderijo de cobras peçonhentas, que vêm se esconder aí para dormir. E as cobras dormem durante o dia, quando o homem está em plena atividade, não sendo portanto, raro, os acidentes provocados pelas mesmas.
A mesma situação ocorre dentro do campo, quando alguém um dia derrubou a mata original para fazer uma roça, ou explorar a madeira existente, depois a abandonou para fazer outra adiante, deixando à mercê da natureza de instalar os tabocais e as ervas daninhas. A terra, antes úmida com a presença das sombras das árvores, torna-se agora ressequida, porque o homem destruiu as árvores protetoras outrora existentes. Você não sente mais o cheiro das folhas e rebentos que se desprendiam da floresta. Você vê a desolação e sua alma fica entristecida...
Voltando ao assunto das encostas, em frente às casas onde possuímos um terreno, temos tentado combater a queda da terra construindo barragens de madeira desde 2003. Idéia de meu marido que atualmente já mostra seus frutos.
Quando chegamos lá, uma das primeiras coisas que fizemos após a reforma da casa, foi construir uma barragem em frente à mesma, pois a terra havia cedido tanto que os esteios da frente, ou estavam pendurados, ou já tinham caído junto com a terra.
O interessante é que, na cultura do povo do local, eles “mudam” suas casas quando isso acontece, construindo outra casa mais para dentro, ou seja, mais para trás da antiga casa que começa a cair junto com a terra. Lembro que algumas pessoas nos cobravam perguntando se a gente não ia construir uma casa nova. Acontece que a velha casa que resolvemos reformar é muito boa. Seu antigo proprietário a construiu com muito bom gosto e boa madeira. Quando reconhecemos isso, eu e meu marido achamos melhor e mais proveitoso, construir uma barragem em vez de construirmos uma nova casa. Levantamos a frente dela recolocando esteios e, com a barragem, a terra parou de cair e a própria água está depositando terra para dentro dela corrigindo o desnível pouco a pouco Mas, para conseguirmos isso, cortamos o acesso à frente da casa aos animais pesados colocando cerca de proteção ao redor da mesma ou na beira dos terrenos, só deixando corredores cercados que levam ao rio, que chamamos de bebedouros, onde os animais descem durante o verão para beber água. Também plantamos algumas árvores próximo as ribanceiras.
A cada ano, quando as águas começam a subir no inicio do inverno e quando começam a baixar no inicio do verão, revisamos a barragem, arrumando onde é preciso. Quando estive lá a semana passada, comecei outra barragem mais adiante com os empregados.

P.s. Acabo de descobrir este site que só vem me confirmar que estamos agindo corretamente: http://www.sema.rs.gov.br/sema/html/mataciliar.htm

"Ela"

"Seus olhos que brilham tanto,
Que prendem tão doce encanto,
Que prendem um casto amor
Onde com rara beleza,
Se esmerou a natureza
Com meiguice e com primor."(...)

Trecho de "Ela", primeiro poema de Machado de Assis, escrito quando tinha 16 anos, publicado na revista Marmota Fluminense, em 1855.

domingo, 18 de fevereiro de 2007

A volta 1

Não foi por acaso que escolhi o nome ocasional para meu blog, rsrs. Sem dar notícias desde o dia 24 de janeiro, lembro agora minha volta para Caiena, na Guiana Francesa, pelo vôo da Air France, com uma duração entre 8 e 9 hs. Após a travessia do Oceano Atlântico cheguei em Caiena, indo imediatamente ao hotel, não sem antes telefonar para o marido e o filho para dar notícias. Na manhã seguinte, após checar o bilhete de volta junto a companhia aérea que me transportaria para Macapá, só precisei aguardar a chegada do táxi contratado para me levar ao aeroporto de Rochambeau. Após a travessia, dessa vez mais curta, da região fronteiriça com o Brasil, e do Rio Oiapoque, cheguei enfim às minhas bases depois de quase 3 meses de ausência.
Aqui, deparei com a realidade brasileira: carnaval, big boster, desculpe, big brother, violência urbana, mas também, o prazer de reencontrar meus familiares e amigos. À noite, direto para o jantar e baile de formatura de meu querido irmão Armando.
Na semana que se seguiu, fiz alguns contatos, realizei coisas pendentes, voltei a academia para retomar a malhação, continuei as caminhadas, etc. Na França, eu caminho com meu marido, bastante, mas toda coberta. Aqui é tudo light. Coloco uma bermuda, uma camiseta, o tênis e pronto. Suo pra caramba, só com isso. Rsrs. Temos uma mini academia em casa, mas não sou muito persistente. Prefiro ter mais gente ao redor.
Continuando meu relato, volto à semana de meu retorno ao Brasil. Recebi o meu sobrinho Adriano, (14 a)., para o fim de semana. Adriano desde os 10 anos de idade é meu companheiro de estrada e de caminhada. Ele sempre pega a estrada comigo dividindo o receio de ficarmos atolados na época do inverno ou de cairmos em um buraco de um metro de profundidade. Certa vez, ficamos em maus lençóis quando tivemos um problema com o bico de um pneu traseiro. Apesar de sabermos fazer a troca do pneu, a boca da chave estava cuspida e, só com a ajuda de 2 funcionários da empresa que faz o transporte de pinho e eucalipto é que conseguimos seguir caminho. Com a ajuda de um machado, eles apertaram a boca da chave e fizeram a troca para nós. Mas, confesso que, quando os vi tirar o machado da carroceria da caminhonete deles, pensei na série“Sexta-feira 13”. Humor negro, a beira da estrada isolada. Rsrsrs. Não posso dizer q minha vida não é povoada de emoções.
Após passar alguns dias no meu ninho brasileiro, peguei o ônibus dia 9 último rumo ao Rio Araguari. De carro pequeno, nessa época de chuvas, só depois de uma boa revisão (atenção: na sua ida e na sua volta), pois quem conhece nossas estradas sabe que nossos governantes não levam a sério o asfaltamento. Após a chegada ao meu destino, naveguei 1h e 20 min., chegando ao meu recanto bubalino, e, por que não dizer, às vezes povoado de ofídios, peçonhentos ou não, onde o silêncio, rei absoluto, só é cortado pelo barulho do motor de um barco que passa, ou pelos gritos e cantos dos animais, dos quais, o urro inconfundível e ritmado do singe hurleur, a nossa guariba, que você pode entender até 3 km de distância.
Vou ficando por aqui dessa vez. Mas, antes, pense nisso:

Não deixa jamais teu espírito inativo. "Um espírito dorminhoco é a oficina do demônio. E o nome do demônio é Alzheimer!”

Até breve.

Uma coisa que adoro.

Uma coisa que adoro.
No inverno, fica tudo assim. Foto:D.B.

Os lagos

Os lagos
Pegamos nossos remos e varejões e saímos com muito cuidado para não triscar nos jacarés e sucuris. Foto: Veneide