terça-feira, 2 de abril de 2013

Hoje, às 5:42, na fazenda.

Um dia, fecharei meus olhos
e não os abrirei mais…
Dormirei o “sono dos justos”, mas,
quem são os justos? Onde eles estão?

Como acontecerá? Na cidade, sentada
naquele sofá azul tão fofinho da sala?
Na mata, nos lagos, caminhando nas pontes?
Ou dentro da "casa grande"
quando uma daquelas cobras ver minhas pernas
e delas não gostar?
Dará o bote antes que eu a veja?

Um dia, fecharei meus olhos
e não terei consciência suficiente para abri-los.
Esquecerei de vez os fantasmas
e eles descansarão de mim.

Como será? Numa das viagens pelo rio?
Ou num dos percursos de avião?
Nas estradas européias
ou nas estradas da Amazônia?
Ou será em consequência da idade
que minhas pernas falharão?
Que me deixem dormir em paz...
E sentir o fresco odor da floresta do sono eterno.

Cala-te boca...


Que digam depois que não se deve falar o que se pensa. Ou que não se deve falar sem pensar bem...Muitas vezes sou assim mas, quebro a cara. Hoje, uma cara se quebrou e não foi a minha. Demos carona na estrada para uma senhora que trabalha com agricultura. Conversa vai, conversa vem e, vinha mais da boca da senhora que da minha boca e da boca do meu marido. Num determinado momento ela (a senhora) perguntou-me: “D. Veneide...Quantos anos a senhora tem?” Eu, que estou com 6.0, desafiei-a: quantos anos a senhora me dà? Ela disse na bucha: 70 anos! Eu: “70 anos??!! Sera que estou parecendo tão velha assim”? Mais tarde, foi a vez dela: “E eu, D. Veneide, quantos anos a senhora acha que eu tenho?” Ela, que tem 43 anos, ouviu a minha resposta “ 80 anos”! Aii todos caimos na gargalhada.

Uma coisa que adoro.

Uma coisa que adoro.
No inverno, fica tudo assim. Foto:D.B.

Os lagos

Os lagos
Pegamos nossos remos e varejões e saímos com muito cuidado para não triscar nos jacarés e sucuris. Foto: Veneide