e não os abrirei mais…
Dormirei o “sono dos justos”, mas,
quem são os justos? Onde eles estão?
Como acontecerá? Na cidade, sentada
naquele sofá azul tão fofinho da
sala?
Na mata, nos lagos, caminhando nas
pontes?
Ou dentro da "casa grande"
quando uma daquelas cobras ver
minhas pernas
e delas não gostar?
Dará o bote antes que eu a veja?
Um dia, fecharei meus olhos
e não terei consciência suficiente
para abri-los.
Esquecerei de vez os fantasmas
e eles descansarão de mim.
Como será? Numa das viagens pelo
rio?
Ou num dos percursos de avião?
Nas estradas européias
ou nas estradas da Amazônia?
Ou será em consequência da idade
que minhas pernas falharão?
Que me deixem dormir em paz...
E sentir o fresco odor da floresta
do sono eterno.