domingo, 4 de outubro de 2009

Expatriado ou exilado voluntário, que termo usar? Não importa. Procuremos nos integrar à cultura local.

Olha o selinho aí!
Longe de mim mana(o), pretender te ensinar como agir nesse caso, mas, se minha experiência puder te ajudar, vou me sentir a própria.
Antes de conhecer meu marido eu já havia morado em Lyon, Fr, onde eu fazia um curso de Biblioteconomia. Confesso que, apesar de todas as atividades que o curso propiciava entre as quais, visitas a bibliotecas e universidades célebres, eu quase abandonava tudo pela metade para voltar para casa. E correndo! E estava em Lyon, uma bela cidade. Graças ao apoio de uma amiga francesa, que é uma enciclopédia ambulante, e que me fez ver o lado bom da minha presença na França continuei até o final do curso. Veja bem, se você mora em outro país e você ainda não se integrou você vai acabar atazanando a sua vida e a de seu marido se não fizer um esforço para se integrar. Sei que no primeiro ano, não é fácil. Mas, tenha coragem. Procure fazer coisas interessantes e, principalmente, não fale mal do país e das pessoas que a (o) acolheram. Aprenda a conviver com as diferenças. Faça um curso de culinária, de corte e costura, de marionetes, de pintura, de fotografia, visite museus, vá à óperas, à concertos, etc, etc, etc. Saiba que existe clube para tudo o que você pode imaginar. Inscreva-se de acordo com sua afinidade. Se você estiver morando nesse lindo país que é a França (porque é lindo mesmo) existe clube dos museus, clube das caminhadas, clube da história, etc. Procure até mesmo um clube de amigos de língua portuguesa. Uma reunião por semana estará tri bom, do contrário você corre o risco de ver fundar uma colônia de língua portuguesa e hábitos brasileiros e lá se vai pras cucuias a sua integração onde você reside. Claro que você não vai esquecer sua cultura, nem sua nacionalidade, você vai apenas acrescentar. Atualmente, moro no norte da França. É mais frio que em Lyon. Mas, vou ser sincera: não passo o inverno na Europa. Onde moramos é muito pequeno e frio. Mas é um local de atividades agropecuárias muito bonito e cheio de história. Apesar de viajarmos muito e de meu marido ser muito atencioso, sinto falta de gente, da minha gente. E, além disso, fico só na casa o dia inteiro (não dá para sair todos os dias, né?). Então, fizemos um acordo: na primavera e no verão eu fico na França. No inverno europeu, eu venho para o norte do Brasil tocar as coisas por aqui e meu marido vem em dezembro. Em dezembro de 2010 minha cara metade se aposenta e vamos fixar residência aqui, um pouco na beira do rio e da mata (que adoramos) e um pouco na cidade. Em relação ao relacionamento com a família francesa: é ótimo e tenho muito apoio. Não tenho nada para me queixar, cada um segue sua vida e, lá, ninguém se intromete mesmo, mas, para entender o humor do povo brasileiro não é fácil para eles: ninguém entende nada! Afinal, não estão acostumados com isso. E nossas músicas, só nós mesmos curtimos. No dia a dia, dá pra viver em harmonia e organizar muita coisa juntos.

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Uma coisa que adoro.

Uma coisa que adoro.
No inverno, fica tudo assim. Foto:D.B.

Os lagos

Os lagos
Pegamos nossos remos e varejões e saímos com muito cuidado para não triscar nos jacarés e sucuris. Foto: Veneide