quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Vida na mata

Borrega, entre as folhagens do genipapeiro ao lado da casa aguardando o peixe.

Ariramba olhando para mim do poste da ponte na frente da casa tambem esperando o peixe no rio.


Curicaca, mariscando no quintal da casa.

Desculpe o atraso. É que não saio mais do mato! E lá não tem telefone para acessar a Internet. Você já imaginou a falta de respeito de um certo cidadão, empregado de meu vizinho lá no mato: o patifão é o suspeito nº 1 do sumiço do marco de direção que divide nosso terreno e que fica no meio da floresta. Já registrei a ocorrência na polícia da localidade e fiz logo uma pequena cerca para proteger o local do marco. É assim por aqui com certas pessoas que pensam que não tem lei e cujo patrão acoberta patifarias simplesmente por inércia ou medo de trocar de empregado. Vou sentar praça por lá! No nosso terreno, não derrubamos árvores para fazer pasto. Minha família é contra o abate de árvores. Nós plantamos e conservamos o pasto em áreas anteriormente derrubadas fazendo rotatividade do gado nos piquetes. Temos uma pequena reserva de macacaúba que mantemos sempre limpa e, no inverno, o pasto fica verdinho à sombra das árvores que têm um bom espaçamento e o sol entra sem ressecar a terra. Entre as áreas de mata existem vários lagos que, além de fornecerem muito peixe e até jacarés, propiciam o crescimento de pasto natural quando começam a secar após o período alagado. Possuímos pouco gado bubalino mas temos bichos de todas as espécies vivendo soltos na natureza: araras, tucanos, jaburus, arirambas, garças, gaviões, macacos, pacas, cutias, mucuras, cobras, etc. Semana passada encontramos uma pequena sucuri próximo a um dos lagos. Foi lá nesse paraíso que, pela primeira vez, vi uma garça azul (bicos e pernas) . Também foi lá que matei duas cobras jararacas que entravam na casa. Na frente da casa, no rio, tem arraias e diversas espécies de peixes. Temporariamente aparecem puraquês e pirarucus. No rio inteiro tem botos que ficam se exibindo para a gente e furando as malhadeiras para comer os peixes. Quando queremos comer arraia, jogamos a zagaia e, ôpa: lá vem uma se debatendo pronta para ser preparada para o almoço ou o jantar. E isso, para nós, é o paraíso. Eu, que nunca havia comido arraia, aprendi a preparar relativamente bem essa espécie. A mesma coisa com os testículos dos mamotes que castramos (bezerro grande de um ano mais ou menos que ainda mama). É uma delícia! Você quer lugar melhor para viver? Para conhecer melhor, visite meu slide show nesse blog. Especialmente o álbum "Diversas".


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Uma coisa que adoro.

Uma coisa que adoro.
No inverno, fica tudo assim. Foto:D.B.

Os lagos

Os lagos
Pegamos nossos remos e varejões e saímos com muito cuidado para não triscar nos jacarés e sucuris. Foto: Veneide