quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Viagem para Caiena através do Oiapoque : uma aventura e mais alguma coisa! Cap. 2

Tentando cumprir uma velha promessa para não fechar o ano de 2009 com uma dívida, continuo aqui meu post sobre a viagem para Caiena, via Oiapoque. Até que enfim, não é mesmo?
Ao chegar ao hotel Cristal, no Oiapoque, verifiquei que o café da manhã estava sendo servido. Enquanto eu escolhia uma mesa para sentar vi uma jovem sorridente que se aproximava dizendo “bonjour” Porém, como não a conhecia, só respondi e comecei a me servir. Pedi para fritarem um ovo e comecei a tomar o suco enquanto o ovo não chegava. Nisso, vi uma movimentação na passarela que liga o restaurante ao corpo do hotel e, levantando a vista vi que o casal de amigos descia para tomar o petit déj (em francês é mais chic, né, afinal eles são franceses. Se bem que a fome não tem nada de chic).

Para resumir, meus amigos apresentaram-me à jovem sorridente que chegou dizendo bonjour e sentamos todos juntos. Essa jovem é uma médica de origem marroquina que estava em Caiena a trabalho e, havendo conhecido meus amigos, acompanhou-os nessa viagem, atravessando o rio Oiapoque para conhecer um pedacinho do Brasil. Sem querer, provoco o bem. Que ótimo!
Depois de colocarmos os papos em dia, pagamos o hotel, despedimos de minha amiga, a proprietária e saímos puxando as valises até ao rio. Começou a cair uma chuva fininha e resolvemos entrar no mercado da cidade (ai que ódio por eu não haver levado minha câmera!). Vimos tanta sorte de frutas e coisas interessantes. O mercado tem de tudo que você imaginar. Tiramos tantas fotos mas meus amigos não me enviaram uma sequer. Um dia, em Caiena ou em Reims, vou fuçar o computador deles até encontrar!

Finalmente, atravessamos o rio em voadeira coberta. O trânsito de voadeiras e canoas no rio é grande, por isso eu também prestava atenção tanto ao piloto como aos outros veículos. Vimos o local onde começa a construção da ponte entre o Brasil e a Guiana Francesa. Essa é, sem dúvida nenhuma, uma bela região.
Ao chegarmos a São Jorge, do outro lado do rio, pedi a meus amigos para irmos à polícia de fronteira para eu fazer carimbar minha entrada em solo francês. Os estrangeiros devem fazer o mesmo no sentido contrário, quando entram no Brasil, na Polícia Federal do Município de Oiapoque.

Uma vez no carro de meus amigos rumamos para Caiena. A estrada é asfaltada e cheia de curvas. E, do outro lado também os meninos são parecidos com os brasileiros, correm que nem loucos. Bom. Percebemos às margens da estrada diversos carros incendiados aqui e ali. A informação que nos dão é que são carros que transportam clandestinos e, quando são pegos pelo pessoal da fiscalização policial os ocupantes abandonam os carros e se embrenham na floresta para não serem presos e deportados. Os carros, são incendiados. Por isso, não transporte nem dê caronas para desconhecidos. Se a polícia parar seu veículo (tem posto policial na estrada em permanência) para pedir seus documentos e os das pessoas que você está transportando e alguém não estiver legalizado(passaporte visado ou carta de séjour) todo mundo irá em cana e você vai perder seu veículo (crime é crime e lá não tem jeitinho brasileiro, entendeu bem?)

Desculpe, vou novamente dividir o post. Enquanto isso, continuamos pela estrada até Caiena (ou pelo menos era essa minha intenção). Eu digo minha intenção porque eu ainda não conhecia a intenção de meus amigos. Eheheheheh! Além do mais vou precisar dar uma saída para levar a velha Wagon ao mecânico e fazer lavar a Parati que está cheia de lama da minha última aventura pelas estradas afora. É. Já tem lama na Ap 070. ECA! Chegou a época da chuva por aqui! Voltarei logo!

As fotos foram tiradas quando voltei com meu marido de Paris, em julho.
Estrada Caiena/St George e travessia do Rio Oiapoque no sentido do Brasil.

Estrada Caiena/ St. George - Guiana Francesa com carro abandonado.


Municipio do Oiapoque
Local de construcao da ponte entre os dois paises.





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Uma coisa que adoro.

Uma coisa que adoro.
No inverno, fica tudo assim. Foto:D.B.

Os lagos

Os lagos
Pegamos nossos remos e varejões e saímos com muito cuidado para não triscar nos jacarés e sucuris. Foto: Veneide