sexta-feira, 10 de abril de 2009

Viagem para Caiena através do Oiapoque : uma aventura e mais alguma coisa! Cap. 1

A propriedade das fotoss estão identificadas nas proprias fotos
BR 156

Campos

Rio Oiapoque

A cidade de Oiapoque
Essa « pequena » aventura começou quando, ao chegar em casa, em Macapá, às vésperas de minha viagem para Caiena para seguir para Paris, a diarista me falou que a TAF havia cancelado os vôos para Caiena e para Belém! Deu para compreender meu estresse, ou melhor, minha agonia, não é ? Eu acabara de me submeter a duas endoscopias e passara pela angústia da espera de um resultado da biópsia de uma colite.
Corri para o aeroporto e encontrei o escritório da agência da TAF fechado! De casa, consegui, depois de várias tentativas, falar com a pessoa responsável pelo problema, em Fortaleza. A resposta a todas as minhas indagações e reclamações foi a mesma insistente e omissiva : »A TAF não se responsabiliza pela conexão dos passageiros com outra companhia ». Em outras palavras : « Não estamos nem aí se você vai perder seu vôo para a França ou não ». Ou bem entendido : fd-se o cliente!
Como a situação era urgente, cuidei de garantir minha ida de outra maneira. Liguei para o guichê da Amazontur, na rodoviária de Macapá e, depois das informações de horário de saída e chegada do ônibus, etc, reservei um lugar para o dia seguinte, sábado à noite. Aí, fui correndo falar com minha médica para pedir um calmante antes que eu explodisse de raiva, incerteza, etc. Depois, coloquei pouquíssima roupa na mala, um kilo de farinha de mandioca para farofa ( quá, quá, quá. Isso não tem na França), os presentes das netinhas de meu marido e uma montanha de remédios pois serei uma farmácia ambulante durante 2 meses, me policiando para não levar muito peso porque não encontraria carregador na travessia.
Para ter certeza que eu não ficaria ilhada em São George, cidade fronteira da Guiana Francesa com o Brasil, pelo municipio do Oiapoque, telefonei para uma amiga que mora em Caiena que, por sorte minha, nao havia viajado ainda para a França. Recebi todas as instruções e fiquei mais tranquila. Ao chegar no Oiapoque, eu deveria pegar um táxi (10 reais), me dirigir para a margem do rio onde pegaria uma catraia por 4 euros (voadeira) para atravessar o rio Oiapoque. Em St. George, eu pegaria uma navette por 40 ou 15 euros (micro-ônibus) que me levaria até Caiena. Só que, minha cara amiga, não se conformou apenas em me dar as instruções : ela ligou depois dizendo que iria me buscar no Oiapoque com seu marido pois, eu poderia não encontrar navette em St. George por ser um domingo e não ter muitos clientes nesse dia (santos amigos !) Disse ainda que eu deveria encontrá-los no Hotel Cristal, no Oiapoque, no domingo de manhã cedo, assim que eu lá chegasse! Assim fiz : Quando o táxi parou em frente ao hotel eu vi a proprietária : não é que é uma amiga de Macapá que eu não via há uns 20 anos ? Aí foi sorte demais. Eu lá sabia onde ficava esse hotel ! Egua da coincidência ! Que aventura ! Nao é preciso dizer que ela ofereceu logo seu banheiro para eu tomar um banho, não é mesmo ? Afinal, a viagem entre Macapá e o Oiapoque dura 12 horas e são quase 600 km de estrada ainda não completamente asfaltada. Só que nem senti pois dormi a maior parte do tempo e a estrada não está tão ruim como nos outros anos. E, o que consegui ver através dos faróis do ônibus me pareceu muito bonito: florestas, rios, lagos, campos e montanhas (já estou pensando em fazer esse percurso de carro próprio com meu marido, em julho). Até então, eu havia ido ao Oiapoque de avião pequeno.
No hotel, deixei meus amigos dormirem à vontade. Eu já estava tomando café quando eles chegaram ao restaurante do hotel reclamando porque eu não havia mandado avisá-los de minha chegada. Afinal, eles haviam atravessado o rio à noite, se arriscando ! (para esse post não ficar muito longo, vou postar em capítulos)

.

Enquanto me organizo ...Platão ja dizia:



« Quando os pais se acostumam a deixar os filhos fazerem o que querem, quando os filhos não escutam mais suas palavras, quando os professores tremem diante de seus alunos e preferem elogiá-los, quando finalmente os jovens desprezam as leis porque eles não reconhecem mais acima deles a autoridade de nada ou de ninguém, então, está aí, com toda beleza e toda juventude o início da tirania ».

Platão


.

Uma coisa que adoro.

Uma coisa que adoro.
No inverno, fica tudo assim. Foto:D.B.

Os lagos

Os lagos
Pegamos nossos remos e varejões e saímos com muito cuidado para não triscar nos jacarés e sucuris. Foto: Veneide