quinta-feira, 29 de maio de 2008

Vou ver minha prima!! Mas antes, umas fotos para ilustrar.

Wavecrest, Daniels
Eu e meu marido tivemos 2 noticias ótimas ontem: nasceu a segunda netinha. Foi surpresa pois esperávamos que a pequerrucha só chegaria na próxima semana. Ambas estão passando bem, o pai e o avô curuja não param de sorrir.

A segunda noticia boa diz respeito a minha carta de séjour. Aqui a gente tem que participar de um dia de formacão cívica. Anteontem foi minha entrevista, a consulta médica e a avaliacão do conhecimento do idioma francês. Tudo ocorreu numa cidade perto de Lille. Dessa entrevista, junto comigo participaram 2 marroquinas , 1 algeriana, 2 turcos, 1 senegalesa, 1 casal de camaroneses, etc. O meu dia para a formacão civica foi agendado para depois do dia da minha volta para o Brasil, assim, eu não poderia fazer. E é obrigatório. Ontem, a funcionária me ligou para dizer que me encaixou no dia 14 de junho (uma semana antes de uma viagem que faremos à Italia). Ufa ! Pulei 2 fogueiras: uma, porque ela conseguiu a data para mim; a outra porque a data encontrada não foi no mesmo dia da viagem para a Itália. E já havíamos comprado as passagens. Caramba! Isso foi uma cagada da sorte! Vamos passar uns dias com a minha prima do blog rosestaccone. Vamos até Bruxelas pegar o avião rumo a Roma. Além de ser mais perto de onde moramos, é mais barato, digamos, 80% mais barato! É espantosa a diferença de preço. Basta atravessar a fronteira. Por falar nisso, aqui na França está tudo caro.

Olha as bicicletas parisienses da moda. São mais de 20.000 Vélibs criadas pela prefeitura de Paris, como meio de diminuir os problemas de trânsito na capital francesa (só que aqui, os franceses não seguiram o exemplo da Austria, da Polônia, onde o ciclista é mais protegido pois tem um espaço reservado no calçamento, fora das ruas e não uma faixa pintada no asfalto. Mas se você quiser arriscar, você pode contratar o serviço por um dia, uma semana, ou ainda por um ano, no próprio "estacionamento" das Vélib em mais de mil pontos da cidade, passeia, faz suas compras etc, devolvendo do mesmo jeitinho noutro estacionamento. Olha o meu marido, de guarda-chuva na mão, em dúvida se pega ou não uma dessas para passear.


Eu e o Sena, na boquinha da noite!Champs-Elysées e o Arco do Triunfo da Estrêla . Biblioteca Nacional da França e sua esplanada de ipê (comprimento : 375 m).

A BNF vista de uma de suas torres. Abaixo da esplanada, encontram-se as salas de leitura e de trabalho. As torres são previstas para depósitos do acervo e ainda não estão sendo utilizadas (são 4 torres de 79m de altura). É uma previsão para o futuro conforme o aumento do acervo que, hoje, é de aproximadamente 13 milhões de livros e impressos, fora os manuscritos, os periódicos, etc, etc. Cada país possui uma BN cujo objetivo principal é o registro e a guarda da produção intelectual nacional preservando-a para as gerações futuras através, principalmente, do Depósito Legal. As BNs não são bibliotecas de empréstimo. Para saber mais: BNF http://www.bnf.fr/
Conheça também a nossa Fundação Biblioteca Nacional, situada no Rio de Janeiro: http://www.bn.br/


Otima atitude da mãe. E, se você vier com criança por aqui, não esqueça de garantir que ela não se perca! Se eu tivesse feito isso com o meu filho quando ele tinha 9 anos, eu não o teria perdido no Louvre (é de imaginar o desespêro que o fato causou em ambos se bem que um menino de 9 anos ja não é tão pequeno assim, só que ele não falava francês e o Louvre é um mundão de gente onde ninguém repara em ninguém), então, tome suas precauções pois a thurma dribla a gente com a maior facilidade, nem que seja colocando um crachá pendurado no pescoço da criança com o endereço dos pais aqui, é claro). Já vimos isso ai no Brasil também.


Fachada da Catedral de Metz 1.


Fachada da Catedral de Metz 2.
Antiga forma de leitura usada nas igrejas e catedrais góticas para mostrar ao povo (sem acesso à cultura) o julgamento final, o que se passa no paraiso e no inferno, a diferença entre o bem e o mal, etc. Acima, Deus julgando. Abaixo, o anjo pesando os pecados e separando os bons dos maus. Metia medo, não é? Ora, será que isso mantinha o povão quieto enquanto os poderosos faziam e desfaziam?

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terça-feira, 27 de maio de 2008

Blog e expressão pessoal.


Agora que vocês se divertiram com o Macaco Simão, continuemos a falar de coisas sérias:

Parece comum falar de si mesmo, ou expor seu trabalho, se mostrar ao mundo através de um teclado, mas, o que é na verdade um blog pessoal senão uma espécie de jornal, ou quase jornal, de periodicidade regular ou irregular, através do qual tentamos dizer aos velhos e novos amigos : tô por aqui e…penso. Na verdade, através do blog tentamos acalmar nossa fome e sede de expressão e extravasar nossa verve epistolar e poética possibilitando uma abertura incrível da porta da leitura. E como bibliotecária que fui durante muitos anos, não enfatizo aqui a qualidade da leitura. Leitura é leitura. E o leitor é livre para escolher. No caso, levando-se em consideração a disponibilidade da leitura que proporcionam, os blogs constituem também uma imensa biblioteca com endereço virtual, em vez de físico. Sem contar que somos lidos sem precisar passar pelo árduo caminho da editoração e pelas filas dos correios e telégrafos, numa velocidade nunca experimentada antes. Além do que, criamos um blog porque queremos, nada nos obriga a tal (pelo menos, é o que parece). Escrevemos porque tal ato nos proporciona prazer e, quando sabemos que somos lidos o prazer vem em dobro. Isso não significa que deixamos de frequentar bibliotecas e livrarias. Ao contrário.

Tudo isso para dizer que às 13:30 terei um RDV médical (consulta médica), depois, uma entrevista para apreciação do meu nível de conhecimento da lingua francesa, etc, etc., para dar prosseguimento ao meu pedido de visto definitivo. Imagino a cara deles quando eu entrar lá falando aquele francês literário, sem gíria, que a gente aprende nos colégios, ahahah. Se bem que a minha lingua às vezes quer dar uma enrolada…

Com o simples protocolo do pedido (feito há um mês) já posso trabalhar aqui. Mas eu e meu marido vivemos num vai-e-vém que não nos deixa ficar parados no mesmo lugar muito tempo. Por aí já dá para tirar as conclusões. Nós já não somos tão jovens assim e temos mais é que aproveitar a vida, né mesmo?

Deixa eu me empetecar, pois a entrevista é numa outra cidade e vai durar a tarde toda. Vou encontrar um monte de gente que está no mesmo barco que eu. Tchau.



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sexta-feira, 23 de maio de 2008

Brincando com o Macaco Simão

Gente, eu não poderia deixar de adotar um lindo macaquinho como o Simão. Ele é muito sapeca e vive pulando de galho em galho. Também, vivo dando banana para ele ! Macaco gosta é disso mesmo, né ?
Esse peraltinha me faz pensar no meu pedaço de Amazônia, aí no Brasil. Atrás da minha palafita na beira do Araguari, no Amapá, tem tantos irmãozinhos do Simão, vocês nem imaginam ! Temos o maior cuidado com a floresta pois, sabemos que, se não cuidarmos, eles vão todos mudar de enderêço. Isso, sem falar nos tucanos, nas araras, nas pacas, cutias e outras espécies que já não vemos em outros lugares. Portanto, venham se divertir com o Simão. Comecem clicando em More que ele já está com fome. Vejam como ele acompanha o movimento da banana com um olharzinho especial. Opa, tá na hora de deixar vocês se divertirem.


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quarta-feira, 21 de maio de 2008

Sujeira e dengue: o combate é o melhor remédio.

Estou triste porque vejo
que minha cidade suja
está cada vez mais suja.
Não que a cidade seja suja
mas porque certos sujos
deixam a cidade suja!
Xô sujeira, xô seu sujo
Xô cascão e xô cascona!

Por isso, só olhando para esse gato com barba de 3 dias e olhar de peixe morto que consigo acabar com a tristeza.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

O Diário d'Hélène Berr

Ai, aqui já são 3h da madruga, mas preciso postar nessa sexta-feira, antes do final da semana, pois estaremos na Polônia até segunda-feira e esse livro está fazendo o maior sucesso aqui. Não quero mais adiar. Depois de mais de 50 anos guardado com a família de Hélène, o seu diário só agora está sendo conhecido pelo público. É emocionante e um verdadeiro testemunho de uma vida linda que foi destruída pelo ódio de uma ideologia perigosa. Quando eu o vi na livraria, sentí-me atraída, sem saber que ele estava fazendo o maior sucesso.
No entanto, não podemos esquecer que, fatos como esses acontecem ainda em países totalitaristas. E é contra esse presente que precisamos levantar nossas vozes para evitar que se repitam.



Conheci Hélène Berr numa livraria em Metz há duas semanas quando eu e meu marido fomos visitar a família na Lorraine, no leste da França. Li o resumo do conteúdo de seu « Diário » mas hesitei em comprar o livro, embora tenha ficado fortemente gravado em minha mente o seu doce olhar perdido no horizonte. Olhar esse impossível de esquecer. Mas, depois, o arrependimento por não haver comprado o diário martelou tanto na minha cabeça que, dois dias depois eu me encontrava dizendo a meu marido que eu deveria comprá-lo.
Assim é que, no dia seguinte, entramos na primeira livraria que encontramos. Para meu alívio ainda tinha um volume na prateleira.

Nascida em Paris em 1921 de ilustre familia judia, convertida ao catolicismo, morta em Bergen-Belsen (mesmo campo de concentração onde morreu Anne Franck), norte da Alemanha, em abril 1945, provavelmente de tifo, poucas semanas antes da liberação do campo. Seus pais foram deportados com ela e morreram em 1944. Hélène tinha 21 anos quando começou a escrever um diário, no dia 07 de abril de 1942 (eu nasci 10 anos depois, nesse mesmo dia).

Além de estudante da música clássica, era uma brilhante estudante de inglês da Sorbonne onde era também bibliotecária voluntária . Lia Paul Valéry, Thomas Hardy, Elizabeth Goudge, entre outros. Em seu diário cita Shelley e Shakespeare. O ano de 1942 e as leis anti-judáicas de Vichy (Fr) vão transtornar lentamente a sua vida.

Patrick Modiano no prefácio do livro editado pela Ed. Tallandier em janeiro último escreve : » Com certeza em 1942, haviam tardes onde a guerra e a Ocupação pareciam distantes e irreais nessas ruas. Menos para uma jovem de nome Hélène Berr que sabia que ela estava na mais profunda infelicidade e barbaridade ; porém impossível de dizê-lo aos passantes amáveis e indiferentes . Então ela escrevia um diário».

O Diário de Hélène Berr traz muitas relexões sobre a situação dos judeus numa França ocupada pelos nazistas, mas também sobre o mal e a incompreensão das pessoas as quais ela se dirige : É um dever para ela escrever, "pois é preciso que os outros saibam. (…) Pois como curaremos a humanidade se cobrirmos a sua podridão, como purificaremos o mundo se não o fizermos comprender a extensão do mal que ele comete?"


Hélène constata com tristeza que um interlocutor só compreenderá a situação se "você lhe fornece as provas (…) do que você é o centro", o que a revolta profundamente pois "o que conta, é a tortura dos outros, é a questão de princípio, são os milhares de casos individuais que compõem essa questão". Então ela divide o mundo em duas partes: de um lado os que não podem compreender (mesmo se eles sabem), e aqueles que podem . Porém isso significaria "renunciar a uma parte da humanidade, renunciar a crer que todo homem é perfectível"…


Nota : No mês de março p.p. o editor americano Weinstein comprou Le Journal d'Hélène Berr da Ed Tallandier por mais de 500.000 dólares !!


Vamos ficar torcendo para ser traduzido em português, pois vale a pena.



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quarta-feira, 14 de maio de 2008

O calhambeque do Roberto...

...foi todo reformado!
E quem disse que não ficou melhor que o meu? Confira, escutando a musica:

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM826208-7823-CALHAMBEQUE+DE+ROBERTO+CARLOS+GANHA+REFORMA+TOTAL,00.html


La vai o Rei no seu calhambeque novinho em folha!


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sexta-feira, 9 de maio de 2008

Meu calhambeque, bi-bi...

Estou dirigindo por aqui. Não ouso me aventurar muito enquanto eu não estiver bem segura das normas por aqui. Não quero perder a chance de obter uma carteira de trânsito francesa pois preciso dela !
Minha sogra está passando uns dias em casa. Rebocamos a mamie da Lorraine conosco, quando fomos a semana passada. Ela tem 80 anos e topa quase tudo e decidiu ser minha cobaia. No tränsito. Claro que tomo todas as precauções. E ela vai bem caladinha do meu lado (ela fala pelos cotovelos). O engraçado é que eu pedi para ela não me distrair com a conversa e, depois, eu é quem nao parava de falar. Ela fazia shiiiit com o dedo sobre os lábios! Eu disse para ela : »Mam, tu as survécue à la guerre de 40. Tu survivras à moi aussi, non ? » (Mãe, tu sobreviveste à guerra de 40. Tu sobreviverás à mim também, não). Ela respondeu : « Bien sûr » ! (Com certeza).
Bom. Aqui vamos nós fazer nossas compras.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Já faz um tempinho que li...

Bom dia, amigos!
Flores de maio especialmente para vocês. Jardim numa praça em Metz. E um passeio pela vida, com Neruda.

Pablo Neruda, Prêmio Nobel de Literatura 1971

"Morre lentamente
quem não viaja,
quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente
quem destrói seu amor próprio,
quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente
quem se torna escravo do hábito
repetindo todos os dias os mesmos trajetos
quem não troca de marca,
não se atreve a trocar a cor de suas roupas
ou que não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente
quem evita uma paixão e seu turbilhão de emoções,
justamente essas que retornam o brilho aos olhos
e restauram os corações destroçados.
Morre lentamente
quem não gira o volante quando está infeliz com
seu trabalho, ou seu amor
quem não arrisca o certo ou o incerto
para ir atrás de um sonho
quem não se permite, nem sequer uma vez na sua vida
fugir dos conselhos sensatos…
Vive hoje!
Arrisca hoje!
Faz hoje!
Não te deixes morrer lentamente!
Não te impeças de ser feliz!"


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Uma coisa que adoro.

Uma coisa que adoro.
No inverno, fica tudo assim. Foto:D.B.

Os lagos

Os lagos
Pegamos nossos remos e varejões e saímos com muito cuidado para não triscar nos jacarés e sucuris. Foto: Veneide