quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Tsunami no Rio Amazonas mataria o macapaense com o próprio lixo.

Publicado no dia 15.07.014

O leitor há de concordar que é bonito e agradável passear em ruas e praças limpas e organizadas. Cidade limpa cheirando a primeiro mundo é outra coisa, não é mesmo? Quem tem a oportunidade de vir à Europa ou visitar cidades do Sul do Brasil volta para Tucujópolis admirado com a limpeza e a organização presenciadas alhures.
Dias atrás, o Douglas leu na emissora Rádio 90.9 FM um artigo de autoria do Sr. José Massulo, sob o título “Falta de Urbanidade”, publicado neste jornal no dia 14 de junho. O autor descreveu um ato praticado por determinado usuário de ônibus seu vizinho de assento. O cidadão havia bebido o conteúdo de uma latinha de refrigerante e sapecado a lata janela afora, na via pública. O autor tentou convencê-lo das consequências de seu ato orientando-o sobre a existência da lixeira ao lado do motorista mas, logo percebeu que havia mexido com um ninho de caba tatu. A reação do homem demonstrou como fazem os reis da sujeira e da falta de educação que não estão nem aí para a limpeza nem para a poluição. E muito menos para Civilidade (1.Conjunto de formalidades observadas entre si pelos cidadãos em sinal de respeito mútuo e consideração. 2.Polidez, urbanidade, delicadeza, cortesia) ou para a consequência de seu ato ao assumir o risco de ferir outra pessoa com tal gesto. Poderia ter lesionado alguém que, como ele, paga seus impostos e também tem direito de usar a via pública e os serviços de transporte. E, no direito de uso dos transportes e das vias públicas está intrínseco, inseparável, o respeito pela integridade física do outro usuário, além do respeito e obrigações em relação a utilização e conservação das vias públicas. E outros e outros atos de civismo e de boa educação que fazem bem a todos.
Porém, não nos admiremos tanto assim: esse cidadão é um entre muitos. Veja: a madame que publica no Facebook sua foto em Paris, tendo como segundo ou terceiro plano a célebre Torre Eiffel dando ênfase à limpeza da cidade luz é a mesma que abre o vidro do seu carrão na rodovia entre Macapá e Santana para jogar, na via pública, o saco de biscoito que seu filho esvaziou. Que exemplo para se dar a uma criança, hem!  Como ter moral para cobrar limpeza do poder público?
Será que apenas os olhares de reprovação serão suficientes para que os sujismundos se “manquem” e percebam a gravidade de seu ato? Não! O sujismundo nasceu e vai morrer sujismundo. Então, aproveito para sugerir àquelas pessoas que costumam jogar seus lixos pelas janelas dos veículos que continuem fazendo isso. Assim, no dia em que acertarem alguém da própria família, ou alguém que tenha o pavio curto, sentirão na pele as consequências de sua má educação.
Pior é aquele político que, sorrindo hipocritamente para seus eleitores, arrota arrogância em sua própria casa com a doméstica e não providencia uma lixeira para a frente de sua casa. Alma de urubu, espírito de porco.
A mente de muita gente ainda não “descobriu” a utilidade de uma lixeira. Não me refiro ao conhecimento da lixeira como substantivo concreto, nem à finalidade da lixeira em si. Refiro-me à capacidade intelectiva de certas pessoas para fixar o que representam o lixo e a lixeira para a vida do ser humano, o que está implícito na exposição da lixeira aqui, ali, no próprio ônibus, nas praças. Ela está pedindo, calada, para você, cidadão: seja um coletor de seu lixo! Use-me! Colabore com a limpeza do planeta! Colabore com a higiene de sua família e de sua vizinhança! Arrumar seu próprio lixo em local apropriado também significa saúde.
Campanhas de conscientização não faltam. Acredito que não faltem também professores orientando as crianças nas escolas a administrar seus lixinhos. Suponho que os pais educados orientem seus filhos. Mas, é suficiente virem as enchentes para constatarmos o que a água continua a trazer quando as áreas alagadas e os canais transbordam. Lixo! Garrafas de plástico, latas secas de refrigerante. Isso é o resultado da falta de educação dos sujismundos. Muitos ribeirinhos, tanto da zona rural, assim como da zona urbana têm o péssimo hábito de jogar coisas nos rios e canais. O resultado é o entulho, a destruição, o acúmulo de insetos, as doenças. Mas, tem gente que não aprende. Apesar das campanhas, as pessoas continuam a entulhar os canais e córregos. Todos com a mesma mentalidade do cidadão que joga lixo pelas janelas dos veículos, depois querem cobrar limpeza do poder público. Falta de conscientização ou de vergonha na cara? Mais de 20 toneladas de entulho retiradas do canal do Beirol! Assim não dá, minha gente!

Meus impostos ajudam a pagar os garis para juntar o lixo das vias públicas, sim. Mas ajudam também na educação, na saúde, na segurança. Ah, impostos meus! Nem por isso vou sair por aí jogando os meus restos na cara dos outros ou fora da lixeira para os cachorros e os urubus espalharem. Santa porcaria! Longe de chegarmos aos pés do primeiro mundo! Ainda mais com toda essa corrupção que nos assola e esse monte de gente que contribuiu para a criação de uma nova moda na cultura brasileira: a moda das Operações da Polícia Federal. Processos que se acumulam e que, por alguma arte, estão dormindo em algum lugar depois de tanto trabalho que deram aos agentes da PF, aos membros do Ministério Público e do Judiciário, depois de tanto mal que seus atores e atrizes causaram ao Estado do Amapá. Indignaram-nos e indignam ao sabê-los sem um resultado eficaz, posto que os acusados estão prontos para voltar ao ataque através da memória fraca de eleitores que se deixam manipular, em sua maioria, por não perceberem a gravidade da coisa ou por trocarem sua inocência pela insistência descarada e astuta dos chacais. "

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Uma coisa que adoro.

Uma coisa que adoro.
No inverno, fica tudo assim. Foto:D.B.

Os lagos

Os lagos
Pegamos nossos remos e varejões e saímos com muito cuidado para não triscar nos jacarés e sucuris. Foto: Veneide