Publicado no Diário do Amapá em 27.07.16
Convido o caro leitor a dividir um sonho comigo. Mas advirto que qualquer semelhança com a realidade brasileira é mera coincidência. Então, feche os olhos porque isto aqui é um sonho, como eu já disse.
Convido o caro leitor a dividir um sonho comigo. Mas advirto que qualquer semelhança com a realidade brasileira é mera coincidência. Então, feche os olhos porque isto aqui é um sonho, como eu já disse.
Estamos passeando pelo nosso
país, nosso estado e nossa cidade. Estamos sonhando que passamos por ruas
limpas, com faixas para pedestres, com ciclovias e rotatórias. Aqui neste sonho
os eleitos Presidentes da República, prefeitos, governadores, senadores, deputados
e vereadores só têm intenções voltadas para o bem-estar da população. Não fazem
o que bem entendem com os recursos públicos nem pedem propinas dos empresários.
E nem tentam subornar funcionários públicos. O povo não é obrigado a votar mas,
quando vota, vota consciente.
O nosso sonho é tão real que acabamos
por acreditar que as praças são limpas e seguras e que podemos brincar com
nossas crianças no parquinho sem receio de sermos assaltados, ou coisa pior. Constatamos
que ninguém se apodera das flores de seus canteiros nem agride os bancos e
brinquedos colocados à disposição da população.
Neste sonho que estamos dividindo,
as pessoas se cumprimentam e se respeitam. Não se encaram nos olhos a não ser
que estejam conversando. E não estão nem aí se você se veste de roxo ou se você
é religioso ou ateu porque, na verdade, o que importa é que todos cumpram o seu
papel na sociedade livre.
Na cidade dos nossos sonhos os idosos são
respeitados e têm vida longa. O profissional da saúde vai até ele se o idoso
não puder ir ao hospital. Eita sonho lindo! Não tem crianças nas ruas em
situação de risco trabalhando ou esmolando. Criança vai à escola em tempo
integral. É a melhor fase para a aprendizagem e as crianças estão abertas a
tudo.
Os motoristas diminuem a velocidade
de seus veículos pelo fato de ser horário de saída das crianças da escola. É
raro o motorista que passa a mais de 30 km/hora em frente a uma escola. Além de
ser velocidade máxima imposta por lei, criança é respeitada.
As ruas estão sempre em bom
estado de conservação, os redutores de velocidade são lombadas, são canteiros
dividindo e estreitando as mãos de direção para evitar a ultrapassagem forçada.
Tudo para evitar acidentes. E os motoristas não reclamam de lombadas, nem de
radares. Nas confluências das ruas e rodovias as rotatórias são perfeitas.
Os serviços públicos funcionam.
Não podemos dizer que a cidade dos nossos sonhos seja perfeita, mas, nela, a
corrupção não mata. Os hospitais são, na maioria, particulares e os médicos, enfermeiros,
etc, têm dedicação exclusiva porque assim é a lei e os salários são bons. Os
planos de saúde são aceitos em todos os hospitais da rede particular. Todo
cidadão é aceito, mesmo aquele que não tem plano de saúde.
Pagar empregada com dinheiro
público nem pensar! Quem não pode pagar os custos de uma empregada doméstica
mas contrata uma faxineira para trabalhar 3 horas por semana, é considerado de
padrão social médio. Na cidade dos meus sonhos, ou melhor, dos nossos sonhos o
salário mínimo permite que uma empregada doméstica tenha um carrinho modesto. Maracutaias
entre políticos ou alguns funcionários existem, mas em nível ínfimo. Afinal,
não existe perfeição. Mas nem por isso justifica-se.
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